Inserir o nome social no currículo é um passo fundamental para garantir que a identidade de pessoas transgêneras e não binárias seja respeitada desde o início do processo seletivo. Apesar de parecer simples, essa escolha envolve segurança, visibilidade e alinhamento com ambientes profissionais mais inclusivos.
Neste artigo, você vai entender como colocar o nome social no currículo, quando utilizar o nome de registro, e como lidar com pronomes, redes sociais e identidade de gênero de maneira profissional e autêntica.
O nome social é aquele pelo qual a pessoa trans ou não binária se reconhece e deseja ser chamada, diferente do nome de registro civil. Ele representa uma parte essencial da identidade de uma pessoa e deve ser respeitado por todas as instituições, inclusive em processos seletivos.
Incluir o nome social no currículo é uma forma de garantir que a pessoa candidata seja tratada com dignidade e respeito, além de já sinalizar para a empresa seu compromisso com a diversidade e a inclusão.
A forma mais comum de inserir o nome social no currículo é destacando-o como o nome principal no topo do documento. Caso você ache necessário ou se sinta mais confortável, pode incluir o nome de registro ou informar que é seu nome social, mas isso só se você desejar.
A indicação é usar apenas o nome social. Como o currículo é um documento de apresentação profissional, você tem o direito de ser chamado pela forma que representa quem você é. O nome de registro pode ser solicitado apenas em momentos legais e formais da contratação, como para assinaturas e documentação.
Sim! Inserir seus pronomes (como ele/dele, ela/dela, elu/delu) no currículo é uma prática cada vez mais comum e importante, especialmente para pessoas trans e não binárias. Isso pode evitar constrangimentos e garantir que as pessoas recrutadoras se refiram a você de forma correta desde o primeiro contato.
Você pode incluir os pronomes ao lado do nome, na primeira linha do currículo, ou logo abaixo, junto às informações de contato. Por exemplo:
João Carvalho (ele/dele) ou João Carvalho – Pronomes: ele/dele
Essa dúvida é comum, mas vale esclarecer: nome fantasia e razão social são termos utilizados em contextos empresariais, não pessoais. Se você é uma pessoa empreendedora ou tem MEI, por exemplo, pode citar o nome fantasia da sua empresa nas experiências profissionais. Mas isso não se aplica ao seu nome pessoal.
Para pessoas candidatas, o foco é garantir que sua identidade de gênero e nome social estejam claros, não usar nomenclaturas empresariais incorretas.
Se você deseja incluir redes sociais no currículo, como LinkedIn, Behance ou até Instagram (quando tem portfólio), o ideal é usar o link direto clicável, principalmente em currículos digitais.
Evite apenas colocar o nome de usuário, pois isso dificulta o acesso e pode gerar erros. Exemplo:
✅ linkedin.com/in/joaocarvalho
❌ @joaocarvalho
Se o seu nome de usuário em redes sociais for diferente do seu nome social, avalie atualizar o perfil ou criar um canal específico para uso profissional, para manter consistência e evitar exposições desnecessárias.
A busca por um ambiente profissional mais inclusivo começa já na forma como você se apresenta. Veja algumas boas práticas:
Apesar dos avanços legais e sociais, a população trans ainda enfrenta grandes barreiras no mercado de trabalho. Segundo a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), mais de 90% das pessoas trans no Brasil estão na informalidade ou em subempregos.
Garantir o respeito à identidade de gênero no currículo é só o começo. A inclusão deve ser uma prática contínua nas empresas, desde o recrutamento até o desenvolvimento de carreira. Um RH preparado para receber a diversidade é essencial para transformar essa realidade.
No episódio de estreia do podcast Entrevista Marcada, da Gupy, o tema das diferentes gerações no mercado de trabalho trouxe à tona como empresas precisam estar preparadas para lidar com diversidades de vivências, identidades e expectativas.
Ronaldo, pessoa trans e mentorado de carreira, compartilhou como foi importante encontrar uma empresa que respeita sua identidade desde o currículo. Ele reforça a importância de ambientes em que ele possa se apresentar de forma autêntica e segura.
O episódio deixa claro: a inclusão começa no primeiro contato, e o respeito ao nome social é um dos pilares disso.
Pode colocar nome social em currículo?
Sim! É um direito seu e uma forma de garantir respeito à sua identidade desde o primeiro contato com a empresa.
Como colocar o nome social no currículo?
Você pode usá-lo como nome principal e, se desejar, colocar o nome de registro entre parênteses. Os pronomes também podem ser adicionados logo abaixo do nome.
O que quer dizer nome social no currículo?
Significa o nome pelo qual você deseja ser chamado ou chamada, refletindo sua identidade de gênero e assegurando respeito no processo seletivo.
Colocar o nome social no currículo é mais do que uma escolha pessoal — é um ato de afirmação, segurança e respeito. Ao entender como colocar nome social no currículo de forma estratégica, você abre caminho para processos seletivos mais inclusivos e alinhados com quem você é.
Empresas que se preocupam com diversidade devem acolher essa prática, tornando-se espaços mais seguros para todas as identidades. Valorize sua trajetória, compartilhe sua autenticidade e escolha ambientes que respeitem quem você é desde o início.