Equilibrar maternidade e carreira é uma realidade desafiante para milhares de pessoas que se tornam mães brasileiras. A escolha entre desenvolver-se profissionalmente e dedicar-se integralmente aos filhos é, muitas vezes, um falso dilema imposto por estruturas sociais e corporativas que ainda não contemplam plenamente as necessidades da maternidade.
Em tempos em que a equidade de gênero e a inclusão ganham cada vez mais espaço nas pautas empresariais, é urgente ampliar o debate sobre maternidade e carreira, desafios frente à conciliação de papéis e buscar soluções para que ser mãe ou pai e profissional não sejam caminhos excludentes.
A vida contemporânea, cada vez mais acelerada e competitiva, exige um reposicionamento das relações de trabalho, de modo que valorizem a diversidade de experiências e acolham diferentes realidades.
A chegada de um filho transforma profundamente a vida de uma pessoa que se torna mãe ou pai, inclusive no aspecto profissional. As exigências do cuidado com a criança somadas à pressão por desempenho no trabalho tornam o desafio de conciliar carreira e maternidade um verdadeiro malabarismo cotidiano.
Essa transição nem sempre é compreendida pelas lideranças e colegas, gerando situações de invisibilidade, sobrecarga e até penalizações indiretas na carreira.
Entre os principais desafios enfrentados pelas pessoas que são mães ou pais estão:
Segundo uma pesquisa publicada na Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PePSIC), muitas pessoas que são mães ou pais relatam sentimentos de ansiedade, frustração e até culpa constante por não conseguirem atender integralmente aos papéis parentais e profissionais.
Esse dado revela o impacto emocional profundo da tentativa de conciliar maternidade e carreira em um contexto que não oferece suporte adequado.
Apesar dos desafios, há caminhos para o equilíbrio entre maternidade e carreira. Além de exigir mudanças estruturais nas empresas e na sociedade, há também a possibilidade de construir rotinas mais leves e funcionais, com base em estratégias realistas e sustentáveis.
Veja algumas dicas práticas:
A responsabilidade pela conciliação de carreira e maternidade não deve recair apenas sobre as pessoas que são mães ou pais. É fundamental que as empresas se comprometam com uma cultura organizacional inclusiva e acolhedora.
Políticas como:
Essas iniciativas favorecem não apenas a permanência, mas também o engajamento, a produtividade e o bem-estar das pessoas que são mães ou pais. Empresas que investem em ambientes inclusivos colhem os frutos da diversidade e da fidelização de talentos.
De acordo com uma matéria da Exame, mesmo com alguns avanços, a maternidade ainda é vista como um obstáculo na carreira para muitas pessoas que se tornam mães. Isso evidencia a necessidade de uma mudança estrutural nas relações de trabalho e na cultura organizacional.
Ver outras pessoas que conciliaram carreira e maternidade com sucesso é fundamental para mudar o imaginário social. Histórias reais, como as apresentadas pela Forbes com executivas brasileiras, mostram que é possível sim ser mãe ou pai e ter uma carreira de sucesso. Essas pessoas tornam-se inspiração e prova viva de que o caminho é possível, ainda que repleto de desafios.
A representação dessas narrativas ajuda a construir referências positivas e a combater o estigma de que a maternidade atrasa ou prejudica o crescimento profissional. É também uma forma de valorizar diferentes modelos de sucesso, quebrando o padrão tradicional e masculino de desempenho.
A visibilidade dessas trajetórias contribui para pressionar empresas e governos por políticas mais justas e inclusivas, que contemplem a pluralidade de vivências parentais.
Conciliar maternidade e carreira é uma tarefa que envolve desafios emocionais, logísticos e estruturais. Contudo, com apoio, planejamento e mudanças culturais nas empresas, é possível criar um caminho equilibrado para que pessoas que são mães ou pais possam exercer ambos os papéis com dignidade e realização.
A transformação desse cenário depende tanto de ações individuais quanto de iniciativas coletivas. A sociedade e o mercado de trabalho precisam reconhecer e valorizar o papel da pessoa que é mãe ou pai em todas as suas potencialidades.
Ao promover ambientes acolhedores, disseminar boas práticas e ampliar a representatividade, abrimos espaço para que maternidade e carreira caminhem lado a lado. Mais do que conciliar, é preciso transformar!