
Maternidade e trabalho: conciliar esses dois mundos ainda é um desafio
Desafios como a jornada dupla, culpa materna e falta de flexibilidade ainda marcam a realidade de muitas mães no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que avanços em inclusão, políticas de apoio e reconhecimento da maternidade como potência segue ganhando espaço.

5 minutos de leitura
Maio é um mês de celebrações e homenagens às mães — figuras que exercem um papel fundamental dentro das famílias e da sociedade. Mas também é um período de reflexão sobre as dificuldades enfrentadas por quem busca conciliar maternidade e trabalho de forma equilibrada, sem abrir mão do cuidado, da carreira e da própria identidade.
A realidade é que, para muitas pessoas, o retorno ao mercado ou a permanência nele após a chegada de uma criança envolve uma série de obstáculos. O estigma da "mãe menos produtiva", a ausência de políticas de apoio e a sobrecarga mental são questões que ainda impactam profundamente a trajetória profissional de muitas mulheres.
Neste artigo, vamos entender os principais desafios dessa jornada, avanços importantes já conquistados, dicas práticas para equilibrar carreira e maternidade, e o papel das empresas em construir um mercado de trabalho mais acolhedor e inclusivo.
Também falaremos sobre o Mãe Summit 2025, evento que reuniu iniciativas e vozes potentes para discutir esse tema com a profundidade e o respeito que ele merece. Confira!
Os principais desafios enfrentados por mães no trabalho
A conciliação entre trabalho e maternidade ainda carrega uma série de barreiras estruturais, sociais e emocionais. Entre os principais desafios estão:
1. Falta de flexibilidade
Em muitos ambientes corporativos, a rigidez dos horários e a ausência de opções como trabalho remoto ou jornada reduzida dificultam a rotina de quem precisa acompanhar a infância de uma criança — seja para amamentar, participar de consultas médicas ou simplesmente estar presente.
2. Preconceito e estigma
Ainda é comum o estereótipo de que mães são menos produtivas ou comprometidas. Isso impacta não só as oportunidades de crescimento e promoção, mas também a forma como essas profissionais são vistas no ambiente de trabalho.
3. Jornada dupla (ou tripla)
O acúmulo de funções — como profissional, cuidadora, responsável pelo lar — gera sobrecarga física e emocional, afetando diretamente a saúde mental e a performance no trabalho.
4. Culpa materna
Existe uma pressão silenciosa para “dar conta de tudo”, que leva muitas mães a se sentirem culpadas por estar ausentes em algum momento — seja no trabalho, seja com a criança.
Esses desafios não são individuais, mas estruturais. E por isso, precisam ser enfrentados com empatia, políticas públicas e mudanças reais nas organizações.
Avanços e conquistas das mães no mercado
Apesar dos obstáculos, é inegável que as últimas décadas trouxeram conquistas importantes para as pessoas que maternam. Entre os avanços, destacam-se:
Políticas de inclusão e equidade
Empresas vêm adotando práticas como licenças estendidas, auxílio-creche, ambientes para amamentação, flexibilidade de jornada e programas de retorno ao trabalho pós-licença.
Representatividade e liderança
Embora ainda existam desafios, há cada vez mais mães ocupando cargos de liderança e inspirando outras pessoas a conciliar maternidade e carreira com autenticidade.
Dados e visibilidade
A discussão sobre maternidade no trabalho vem ganhando espaço na mídia, em eventos e nas redes sociais. A visibilidade gera pressão por mudanças e mais empatia nas empresas.
Um exemplo é o relatório da Fundação Getulio Vargas (FGV), que apontou que metade das mulheres são demitidas até dois anos após a licença-maternidade. A divulgação desses dados provoca debates e ações para reverter esse cenário.
Como equilibrar maternidade e carreira: dicas práticas
Conciliar maternidade e trabalho não é uma fórmula mágica, mas existem estratégias que podem tornar esse processo mais leve e saudável:
1. Estabeleça prioridades e aceite adaptações
Nem sempre será possível entregar 100% em todas as áreas. Estabelecer prioridades ajuda a manter o foco e a reduzir a culpa. É importante aceitar que a rotina vai mudar e que tudo bem não dar conta de tudo o tempo todo.
2. Busque uma rede de apoio
A criação de uma criança não deve ser responsabilidade exclusiva de uma única pessoa. Contar com o apoio de familiares, amizades, grupos de mães e profissionais pode aliviar o peso da sobrecarga.
3. Invista em autocuidado
Momentos de descanso, lazer e cuidado consigo são fundamentais. O autocuidado não é luxo, é necessidade.
4. Escolha empresas com cultura inclusiva
Na hora de buscar ou manter um emprego, pesquise sobre os valores da empresa. Algumas organizações possuem políticas específicas para acolher mães e famílias, o que faz toda a diferença.
O papel das empresas na inclusão de mães no ambiente profissional
O mercado de trabalho precisa evoluir para acolher melhor quem exerce a maternidade. E isso vai além de cumprir a legislação — trata-se de criar uma cultura corporativa empática, inclusiva e flexível.
Práticas que fazem a diferença:
- Flexibilização de horários e trabalho remoto;
- Licença parental igualitária e ampliada;
- Ambientes de trabalho amigáveis à infância (como salas de amamentação);
- Programas de retorno ao trabalho após a licença;
- Capacitação de lideranças para lidar com vieses inconscientes;
- Avaliação de performance desvinculada de presença física.
A Gupy, por exemplo, tem atuado para promover inclusão e equidade dentro de sua cultura organizacional. Com políticas voltadas ao bem-estar de pessoas colaboradoras que maternam, reforça seu compromisso com um mercado mais justo e humano.
Destaque: Mãe Summit 2025 e o papel da Gupy no debate
O Mãe Summit 2025, idealizado pela B2Mamy, foi um espaço potente de troca, acolhimento e construção coletiva em torno do tema maternidade e trabalho. Com uma programação que incluiu talks, painéis e intervenções artísticas, o evento reuniu mães, profissionais de RH, lideranças e especialistas para debater como a maternidade impacta o mercado e vice-versa.
Realizado no dia 8 de maio no Cubo Itaú, em São Paulo, o Mãe Summit trouxe dados, histórias reais e soluções para um mercado mais acolhedor. Entre os destaques, a participação da Gupy como patrocinadora e painelista reforçou o papel ativo da empresa no fortalecimento de políticas inclusivas.
Durante o evento, a Gupy compartilhou bastidores das suas ações internas e apresentou resultados concretos de iniciativas voltadas à parentalidade, como flexibilização de jornada, programa de retorno pós-licença e incentivo à participação de lideranças mães.
Além disso, fizemos uma ação de fotos profissionais para o Linkedin, oferecendo às pessoas a oportunidade de fortalecer sua presença digital com imagens de alta qualidade. Juntos, alcançamos e apoiamos mães a impulsionar uma nova oportunidade de carreira.
Um caminho coletivo e possível
Falar sobre maternidade e trabalho é também falar sobre equidade de gênero, saúde mental, sustentabilidade das carreiras e transformação social. É reconhecer que, ao incluir mães de forma justa no mercado de trabalho, toda a sociedade se beneficia, seja por meio de ambientes mais diversos e empáticos, seja pelo fortalecimento da economia com a permanência de talentos qualificados.
Conciliar esses dois mundos exige mais do que esforço individual. É necessário apoio real, empatia institucional e políticas que reconheçam a complexidade e a riqueza da experiência materna.
A maternidade não deve ser um impeditivo para crescer profissionalmente, inovar ou liderar. Pelo contrário, ela carrega em si habilidades valiosas como empatia, resiliência, capacidade de organização e visão sistêmica, competências altamente desejadas no mercado atual.
Ainda há um longo caminho pela frente, com muitos desafios estruturais e culturais a serem enfrentados. Mas a cada conquista, debate público, evento transformador ou empresa que se compromete com práticas mais inclusivas, avançamos.
Que o mês de maio e o Mãe Summit 2025 deixem um legado de inspiração para que mais organizações criem espaços de escuta, acolhimento e valorização das pessoas que maternam. Porque a maternidade não é obstáculo, é potência, experiência e sabedoria que merecem reconhecimento e espaço.