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MBTI: entenda o teste de personalidade para empresas

Escrito por Luana Horchuliki | Gupy | 17/7/2024

O comportamento humano é complexo, e compreender o que motiva cada pessoa é um dos maiores desafios da gestão de pessoas. Nesse contexto, o MBTI — sigla para Myers-Briggs Type Indicator — surge como uma das ferramentas mais conhecidas para avaliar traços de personalidade, compreender como as pessoas percebem o mundo e tomam decisões.

No ambiente corporativo, o teste MBTI é amplamente usado para aprimorar a comunicação entre equipes, fortalecer a liderança e melhorar o desempenho organizacional

A seguir, você vai conhecer a origem do modelo, seus tipos de personalidade e como aplicá-lo de forma estratégica em sua empresa. Confira!

Origem do MBTI

O MBTI foi desenvolvido por Isabel Briggs Myers e Katharine Cook Briggs, mãe e filha, inspiradas nas teorias psicológicas de Carl Gustav Jung sobre os tipos psicológicos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, elas criaram o instrumento para ajudar as pessoas a identificar preferências pessoais e comportamentais, com o objetivo de melhorar o trabalho em equipe e a satisfação profissional.

A partir dos estudos de Jung sobre introversão e extroversão, percepção e julgamento, Myers e Briggs expandiram o conceito, criando 16 tipos de personalidade baseados na combinação de quatro dimensões principais. 

Hoje, o MBTI é aplicado em mais de 100 países e traduzido para mais de 20 idiomas, sendo amplamente utilizado por empresas e consultorias de recursos humanos.

Quais são os 4 tipos de MBTI?

Como falamos acima, são 4 áreas principais de personalidade, cada uma com 2 opções, todas representadas por uma letra:

  • Extroversão (E) vs. Introversão (I): tem a ver com onde você gosta de focar sua energia. Pessoas extrovertidas adoram estar rodeadas de gente, conversar e participar de eventos sociais. Já as introvertidas preferem passar tempo sozinhas ou com poucas pessoas, em ambientes mais calmos;
  • Sensação (S) vs. Intuição (N): fala sobre como você coleta informações. Quem tem preferência por sensação se baseia em dados concretos e detalhes do presente. Já as pessoas intuitivas pensam mais em possibilidades futuras e gostam de teorias e ideias abstratas;
  • Pensamento (T) vs. Sentimento (F): o foco é como você toma decisões. Os que preferem o pensamento usam lógica e objetividade. Quem prefere o sentimento considera mais os valores pessoais e como suas decisões afetam os outros;
  • Julgamento (J) vs. Percepção (P): está relacionado com como você lida com o mundo. Pessoas que usam julgamento preferem um estilo de vida organizado e planejado. Já quem prefere percepção é mais flexível, gosta de se adaptar ao momento e prefere manter suas opções em aberto.

Cada pessoa é uma combinação única dessas preferências. Assim, resulta em 16 tipos diferentes de personalidade, onde cada tipo psicológico tem características únicas que afetam como as pessoas se relacionam e colaboram.

Quais as 16 personalidades do teste MBTI?

Com base nas quatro dimensões, o MBTI identifica 16 tipos de personalidade, divididos em quatro grandes grupos: Analistas, Diplomatas, Sentinelas e Exploradores. Cada grupo compartilha características de comportamento e forma de enxergar o mundo.

1. Analistas (NT)

Pessoas orientadas pela lógica, estratégia e visão de longo prazo. Costumam valorizar a independência intelectual.

  • INTJ (Arquiteto): estratégico, analítico e independente.

  • INTP (Lógico): curioso, criativo e orientado para o conhecimento.

  • ENTJ (Comandante): líder nato, determinado e eficiente.

  • ENTP (Inovador): questionador, criativo e adaptável.

2. Diplomatas (NF)

Guiados por empatia, propósito e valores humanos, são comunicativos e inspiram outras pessoas.

  • INFJ (Advogado): intuitivo, idealista e comprometido com causas.

  • INFP (Mediador): sensível, criativo e inspirador.

  • ENFJ (Protagonista): carismático e motivador.

  • ENFP (Ativista): entusiasta, espontâneo e motivado por ideias.

3. Sentinelas (SJ)

Pessoas práticas, organizadas e voltadas à estabilidade.

  • ISTJ (Logística): disciplina e confiável.

  • ISFJ (Defensor): responsável, simpático e prestativo.

  • ESTJ (Executivo): diretivo, pragmático e focado em resultados.

  • ESFJ (Provedor): solidário, comunicativo e orientado ao grupo.

4. Exploradores (SP)

Apreciam desafios, ação e liberdade. São flexíveis e adaptáveis.

  • ISTP (Virtuose): analítico, prático e resolutivo.

  • ISFP (Aventureiro): artístico, sensível e espontâneo.

  • ESTP (Empreendedor): dinâmico e assertivo.

  • ESFP (Animador): extrovertido, divertido e socialmente habilidoso.

Essas combinações ajudam empresas a entender como cada perfil se comunica, aprende e se motiva, o que é essencial para compor equipes diversas e equilibradas.

Quais as personalidades mais comuns do MBTI

Estudos indicam que os tipos mais comuns variam conforme o contexto cultural e o setor profissional, mas de modo geral, as personalidades mais encontradas no mundo são:

  • ISFJ (Defensor): cerca de 13% da população.

  • ESFJ (Provedor): cerca de 12%.

  • ISTJ (Logística): 11%.

  • ISFP (Aventureiro): 9%.

Esses perfis são conhecidos por valorizar a harmonia, a responsabilidade e o senso de dever — características que fazem diferença em ambientes corporativos que exigem cooperação e comprometimento.

Quais são os 5 MBTI mais raros?

Por outro lado, existem tipos de personalidade menos comuns. Segundo levantamentos do Center for Applications of Psychological Type (CAPT), os cinco MBTI mais raros são:

  • INFJ (Advogado): cerca de 1% da população.

  • ENTJ (Comandante): 1,8%.

  • INTJ (Arquiteto): 2%.

  • ENFJ (Protagonista): 2,5%.

  • INTP (Lógico): 3%.

Esses perfis são frequentemente associados à visão estratégica, à análise crítica e à capacidade de liderar transformações — características valorizadas em cargos de gestão e inovação.

Além da raridade, o que torna esses tipos tão interessantes é o equilíbrio entre racionalidade e intuição, algo que os leva a enxergar o todo antes de agir. 

Pessoas com esses perfis costumam ser movidas por propósito, independência intelectual e desejo de impacto real no ambiente em que atuam.

Por exemplo, alguém com o tipo INFJ pode ter facilidade em compreender emoções e contextos humanos complexos, sendo ideal para funções de mediação, desenvolvimento humano ou liderança empática

Já uma pessoa ENTJ tende a se destacar em posições de comando e planejamento estratégico, combinando objetividade com foco em resultados.

O perfil INTJ, por sua vez, é caracterizado pela busca constante por conhecimento e melhoria — profissionais com esse tipo podem se destacar em carreiras analíticas, pesquisa e inovação tecnológica.

Enquanto isso, os tipos ENFJ e INTP equilibram o raciocínio lógico e a sensibilidade interpessoal, o que os torna essenciais para projetos que exigem tanto criatividade quanto estrutura.

Reconhecer esses perfis ajuda o RH a compreender por que certas pessoas possuem traços de liderança natural, visão de longo prazo ou forte pensamento analítico, elementos fundamentais para construir times diversos e complementares.

Qual é a importância do MBTI para empresas?

No contexto corporativo, o MBTI se tornou uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento de pessoas e equipes. Ao compreender os tipos de personalidade, o RH pode:

  • Alocar pessoas em funções que se alinham às suas preferências comportamentais;

  • Promover comunicação mais eficiente e reduzir ruídos entre equipes;

  • Identificar estilos de liderança e aprimorar o trabalho colaborativo;

  • Estimular o autoconhecimento e o crescimento profissional;

  • Favorecer um clima organizacional equilibrado, em que cada perfil é valorizado.

Por exemplo, uma pessoa com perfil ENFP (Ativista) pode se destacar em áreas criativas e de inovação, enquanto alguém com perfil ISTJ (Logística) tende a ter melhor desempenho em funções estruturadas, que exigem atenção aos detalhes.

Essas informações são especialmente úteis para a gestão de pessoas, área que busca equilibrar o desempenho técnico com as habilidades comportamentais — algo essencial em empresas orientadas por cultura e propósito.

O teste MBTI realmente ajuda na gestão de pessoas?

Sim, o MBTI pode ser um grande aliado — desde que seja utilizado de forma responsável. O teste não deve ser visto como uma ferramenta de rotulação, mas como um instrumento de apoio à compreensão do comportamento humano.

Empresas que aplicam o MBTI corretamente conseguem melhorar a comunicação interna, identificar potenciais de liderança e construir equipes complementares, aproveitando as diferenças como ponto forte, e não como barreira.

Contudo, é importante lembrar que o MBTI não mede competência técnica nem desempenho, mas sim preferências naturais de comportamento. 

Por isso, ele deve ser integrado a outras práticas de RH, como avaliação de desempenho, planos de desenvolvimento e feedbacks construtivos.

Como fazer o teste MBTI?

O teste MBTI deve ser realizado com base em uma metodologia validada e supervisionada por profissionais qualificados.  Veja o passo a passo básico:

  1. Aplicação do questionário: geralmente composto por 80 a 90 perguntas que exploram preferências e reações a diferentes situações.

  2. Análise de resultados: as respostas são processadas para definir o tipo de personalidade predominante.

  3. Sessão de devolutiva: um profissional certificado explica o resultado e como ele se manifesta no contexto pessoal e profissional.

  4. Discussão em equipe (opcional): nas empresas, é comum realizar sessões coletivas para promover o entendimento mútuo entre as pessoas e planejar ações de desenvolvimento.

Embora existam versões gratuitas do teste disponíveis na internet, apenas a versão oficial, aplicada por profissionais certificados, garante precisão e ética no processo.

Quem pode aplicar o teste MBTI?

O MBTI só pode ser aplicado por profissionais certificados pelo Myers-Briggs Company (ou instituições reconhecidas internacionalmente). Essas pessoas são treinadas para interpretar os resultados e conduzir devolutivas.

Além do teste oficial, existem variações e alternativas simplificadas — como o 16 Personalities, que é inspirado no MBTI, mas não possui a mesma validade psicométrica. 

Por isso, em contextos corporativos, recomenda-se sempre a versão oficial e acompanhamento especializado.

Como aplicar o MBTI na sua empresa

Aplicar o MBTI de forma estratégica exige planejamento. Confira algumas práticas eficazes:

  • 1. Defina o objetivo da aplicação: desenvolvimento de lideranças, fortalecimento de equipes ou mapeamento de perfis para recrutamento.

  • 2. Contrate consultorias ou profissionais certificados: eles garantirão a precisão dos resultados e a condução ética do processo.

  • 3. Realize sessões de devolutiva: promova encontros para que cada pessoa compreenda seu perfil e como se relaciona com outros tipos.

  • 4. Utilize os resultados para ações práticas: por exemplo, distribuir funções com base em forças naturais ou ajustar estilos de comunicação entre líderes e equipes.

  • 5. Integre com programas de aprendizado contínuo: o MBTI pode ser incorporado a trilhas de desenvolvimento e programas de liderança.

Além disso, ao cruzar os resultados com testes de perfil comportamental e avaliações de desempenho, o RH ganha uma visão mais ampla sobre o potencial das pessoas.

Como a Gupy pode ajudar sua empresa

A Gupy oferece soluções completas para atrair, desenvolver e engajar talentos, que podem ser integradas ao uso do MBTI e de outras ferramentas de autoconhecimento.

Com a solução de recrutamento e seleção, o RH pode identificar pessoas cujos comportamentos e valores se alinham à cultura da empresa, fortalecendo o fit cultural e reduzindo o turnover.

Já a solução de treinamento permite criar trilhas personalizadas de aprendizado, promovendo o desenvolvimento contínuo com base nos diferentes perfis comportamentais.

Combinadas, essas soluções ajudam empresas a criar equipes diversas, equilibradas e de alta performance, em que cada pessoa é valorizada pelas suas particularidades.

O MBTI é muito mais do que um teste de personalidade: é uma ferramenta poderosa de autoconhecimento e gestão de pessoas. 

Quando aplicada corretamente, ajuda organizações a compreender o comportamento humano, fortalecer a liderança e melhorar o desempenho coletivo.

Ao reconhecer que cada pessoa enxerga o mundo de forma diferente, as empresas constroem ambientes de trabalho mais empáticos, colaborativos e produtivos.

E, com o apoio das soluções da Gupy, é possível transformar essas percepções em estratégias práticas de gestão e desenvolvimento. Clique na imagem abaixo e fale com um de nossos especialistas agora mesmo!