Como dar feedback: 5 dicas para colocar em prática


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Entender a importância e as melhores práticas para dar um bom feedback é um grande diferencial dentro das empresas. Isso porque ele está dentro de uma soft skill muito importante — e requisitada —, que é a comunicação. 

Saber se comunicar geralmente gera interpretações de que é necessário ter um perfil extrovertido para que a comunicação seja espontânea e eficiente, mas não é bem assim que funciona.

Na verdade, comunicar-se bem  consiste em saber organizar suas ideias e transformá-las numa mensagem assertiva, possibilitando que a pessoa receptora da mensagem entenda o que você quis dizer, independentemente do seu perfil comportamental. 

Sabendo que uma boa comunicação é a base para um feedback bem-elaborado, neste artigo, vamos nos aprofundar nos seguintes conceitos: 

Então, para que seu feedback seja feito da melhor forma, confira todas as dicas, exemplos e exercícios deste artigo para já começar a aplicá-las a partir de hoje! Vamos lá?

O que é feedback?

O feedback é um termo que começou com o significado de “retroalimentação”, isso porque surgiu durante a Revolução Industrial e, nessa época, o termo era voltado para o desempenho das máquinas, sendo que tal desempenho era uma resposta que seria avaliada para ajustes futuros. 

A relação do feedback com as pessoas surgiu tempos depois com Norbert Wiener, um acadêmico que, em seu livro “Cibernética e Sociedade: o Uso Humano de Seres Humanos”, associou sistemas cibernéticos com a sociedade, em que o “feedback” faz parte de um mecanismo de aprendizagem. 

É importante entender este conceito, pois o feedback foi desenvolvido e humanizado conforme os anos, ainda assim, sua premissa básica é o desenvolvimento e melhoria contínua de processos

Com isso, entendemos que o feedback é toda informação — pessoal ou profissional — que você fornece ou recebe para outra pessoa de acordo com alguma situação ou comportamento percebido. 

É a sua percepção do que aconteceu, não se limitando somente a uma avaliação.

Quais são os tipos de feedback?

Embora seja um conceito amplo, é muito comum associarem o termo “feedback” somente às críticas negativas, relacionadas à avaliação de um comportamento e sugestões de mudanças para melhorias, mas, na verdade, os feedbacks podem ser classificados em 3 tipos principais:

  • Reconhecimento
  • Avaliação
  • Orientação

1. Reconhecimento

Elogiar e demonstrar gratidão são ações que fazem parte do feedback de reconhecimento, pois ele têm relação com os vínculos entre pessoas, seja no ambiente social ou profissional. 

O reconhecimento, quando dado de forma correta, gera motivação e incentiva que as ações realizadas previamente sejam mantidas. 

2. Avaliação

A avaliação é a crítica construtiva. É nela que você avalia — ou tem avaliado — um comportamento que gerou uma percepção negativa e pode ser melhorado. 

O maior desafio desse tipo de feedback é a dificuldade de  falar sobre a vulnerabilidade do outro. Além disso, também existem pessoas que podem ficar na defensiva. 

Por isso, existem maneiras mais recomendadas de avaliações e o ideal é que sejam acompanhadas pela orientação

3. Orientação 

Como a própria palavra descreve, o feedback de orientação busca guiar a outra pessoa com ideias de soluções para que ela consiga evoluir, seja em suas competências técnicas ou comportamentais. 

Essa é uma etapa essencial para evitar que a avaliação seja compreendida como uma crítica sem fundamento. 

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5 dicas para colocar na prática

Agora que você já sabe o que é o feedback e seus tipos, vamos te ensinar como colocar tudo na prática com exemplos aplicados à realidade do mercado e situações cotidianas. Vamos lá? 

1. Mantenha uma comunicação não violenta

A comunicação não violenta (CNV) é uma técnica criada pelo psicólogo Marshall Rosenberg, que busca gerar compaixão entre as pessoas a partir de uma comunicação sem julgamentos, mas ainda assim assertiva. 

Um feedback bem-dado costuma seguir os 4 passos da CNV, sendo eles: 

  1. Observação: qual o comportamento que precisa ser melhorado? 
  2. Sentimento: como você se sentiu quando percebeu esse comportamento?
  3. Necessidade: o que precisa ser feito em relação a isso?
  4. Pedido: oriente a pessoa a tomar alguma ação construtiva que resolverá o problema

Antes de passar o exemplo, lembre-se: o princípio de dar feedback não é “apontar dedos”, ou julgar a pessoa por suas atitudes. O que buscamos aqui é o crescimento e aprendizado. 

Então vamos a um exemplo de como um feedback poderia ser aplicado nessa situação:

Maria trabalha num escritório e percebeu que começaram a aparecer pequenos insetos na sua sala. Na mesa de um colega do seu time, João, ela viu que havia potes sujos de comida, pois ele não tinha o hábito de descartá-los após suas pausas para lanches. Consequentemente, isso estava atraindo os insetos. 

O feedback da Maria para o João seria uma avaliação que, seguindo a CNV, poderia ser dividida da maneira a seguir: 

  • Observação João, quando eu vi que você deixou seu pote de comida aberto na sala, percebi que ele atraiu os insetos. 
  • Sentimento Eu me senti incomodada com a situação, pois os insetos ficam voando em volta das pessoas e não são higiênicos. 
  • Necessidade — Precisamos de um ambiente agradável para as pessoas trabalharem bem.
  • Pedido — Poderia, então, deixar seus potes sujos na cozinha e descartar embalagens dos alimentos, por gentileza? 

Nesse exemplo, Maria apenas descreveu a situação que a incomodou e não julgou o João como uma pessoa “relaxada”. Esse tipo de visão faz toda a diferença na qualidade do feedback. 

2. Dê um feedback específico

É muito importante, na hora de passar um feedback, que a outra pessoa consiga entender especificamente sobre o que se trata. Afinal, quando não somos tão claros, pode acontecer de surgirem interpretações equivocadas, e não queremos isso. 

Um exercício de situação em que um feedback de reconhecimento é dado de forma específica:

Larissa está muito contente com o desempenho de Denis em suas metas e quis dar um feedback. Qual opção seria mais interessante para o desenvolvimento de Denis?

  1. Denis, seu trabalho é incrível! Continue assim!
  2. Denis, a sua estratégia de acelerar o retorno dos e-mails foi muito boa e gerou resultados acima da média. Continue assim!

Se você pensou que a melhor opção foi a letra B, é isso mesmo. 

Quando o trabalho do Denis foi elogiado de maneira genérica, fica difícil identificar qual ponto precisa ser mantido e pode dar a impressão de que nada precisa ser melhorado. Diferente de deixar bem claro que Denis fez um ótimo trabalho em acelerar o retorno dos e-mails, então ele poderá focar suas ações para manter isso. 

3. Cuidado com o feedback sanduíche

O educador e escritor Joe Hirsh, em seu livro “The Feedback Fix”, explica o fato de que, quando damos um feedback negativo, a mente humana tende a se defender dele. 

Isso é experienciado pelas pessoas tantas vezes que pode acontecer de amenizarmos o feedback para não gerar um clima ruim, surgindo abordagens como o feedback sanduíche na hora da conversa. 

O feedback sanduíche é uma tática que divide opiniões de especialistas, mas, de qualquer maneira, precisa de muito cuidado se for aplicada. 

Fazendo analogia ao sanduíche, com dois pães e o recheio, esse tipo de feedback inicia com um reconhecimento, depois faz a avaliação (negativa) e termina com o reconhecimento de novo. 

Com isso, temos alguns problemas em relação a esse feedback:

  • Pode ser mal interpretado por misturar as informações;
  • Dificilmente gera o efeito de melhoria em quem recebeu o feedback;
  • Gera desconfiança, pois as pessoas podem esperar sempre uma crítica após serem elogiadas;
  • O cérebro humano costuma assimilar principalmente a última informação recebida, direcionando a atenção mais no retorno positivo.

Sabendo disso, ao realizar esse tipo de feedback, no reconhecimento final, é recomendado que seu discurso foque em como é importante a mudança e crescimento dessa pessoa e como você acredita em sua capacidade de superar seus pontos de melhoria. 

Então, para ter um feedback mais assertivo, faça antes a reflexão: 

  1. A maneira que vou falar pode ser interpretada de outra forma? 
  2. Qual é o meu foco? Avaliar ou reconhecer?
  3. O que espero de evolução após esse feedback? 
  4. Se eu recebesse um feedback dessa forma, como seria minha interpretação?

4. Perceba o momento para dar feedback

Todo feedback tem seu tempo ideal para ser dado, seja ele de reconhecimento, avaliação ou orientação. É necessário ter a noção desse momento para que não aconteçam ruídos na comunicação. 

Por exemplo, ao perceber um comportamento que não te agradou, ou que você vê como uma necessidade de melhoria, o feedback de avaliação precisa ser próximo à data do ocorrido. Isso porque você pode esquecer do comportamento ou seu efeito não ter mais tanta relevância depois de um tempo. 

Numa situação em que seu colega de trabalho falou com você de forma grosseira, se você deixar o feedback para depois, correrá o risco de esquecer informações importantes para descrever a situação ou até “deixar para lá”. 

Reconhecimento também tem sua hora 

Essa ideia de timing também vale para feedbacks positivos. 

É importante ter em mente que as informações precisam ser lembradas para uma boa descrição, mas, por exemplo, se você quer reconhecer uma pessoa e percebe que ela está passando por um momento pessoal difícil, talvez não seja tão interessante focar em assuntos de trabalho.

A premissa básica para entender o momento certo é saber se a eficiência da sua mensagem vai cair com o passar dos dias junto com a prática da empatia com as pessoas que convive. 

5. Peça feedbacks

A prática leva ao aprendizado! Pedir feedbacks é uma forma de aprender a se comunicar melhor, a se conhecer e entender como é a percepção das outras pessoas em relação ao seu trabalho, seus comportamentos etc. 

Para pedir um feedback, é importante, também, levar em consideração:

  • Entender que outras pessoas podem não saber dar feedbacks da melhor maneira, então maturidade é crucial nesse processo;
  • Praticar a escuta ativa, ou seja, ouvir o que o outro tem a te dizer sem julgamentos;
  • Não interromper enquanto estiverem te passando os feedbacks;
  • Não levar tudo ao pé da letra. Analise tudo com calma e filtre o que faz mais sentido. Você pode comparar com feedbacks de outras pessoas;
  • Fazer um planejamento pessoal para implementar as melhorias.

A prática de dar e receber feedbacks precisa ser algo constante, para que essas experiências se tornem cada vez menos desconfortáveis com o tempo, consolidando-se, assim, na cultura da empresa

E aí? Achou interessante conhecer mais a fundo os tipos de feedback e dicas para fazê-lo? Então coloque a mão na massa e liste as pessoas que você gostaria de reconhecer, avaliar e orientar ainda hoje!

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